Uma perícia realizada no celular de Mauro Lorena Cid, pai de um ex-ajudante de ordens de um ex-presidente, revelou uma série de trocas de mensagens e chamadas telefônicas com um alto oficial militar. De acordo com informações da Polícia Federal (PF), esses contatos visavam obter detalhes sobre uma colaboração premiada feita pelo ex-ajudante, que implicava figuras do governo anterior. A investigação apurou que o oficial, que foi ministro de Estado, teria tentado descobrir o conteúdo da delação por meio de intermediários, incluindo o pai do colaborador.
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a prisão de um ex-ministro, destacou que as ações do oficial poderiam ter a finalidade de obstruir a apuração das investigações. No depoimento de Cid, ele afirmou que a preocupação de seus familiares com as informações compartilhadas durante sua colaboração foi intensificada após sua soltura, quando começaram os contatos com os envolvidos na tentativa de acesso a dados confidenciais. A PF relatou que as conversas entre o oficial e o pai de Cid tinham o intuito de controlar o que seria repassado à investigação.
Além disso, a investigação revelou que algumas das mensagens trocadas entre o ex-ministro e o pai do colaborador foram apagadas em agosto de 2023, poucos dias antes de uma operação relacionada à venda de joias que havia sido recebidas pelo ex-presidente. A perícia também indicou que, no dia anterior à exclusão das mensagens, o oficial e o pai de Cid haviam mantido uma conversa telefônica que durou pouco mais de três minutos. A Polícia Federal segue investigando os desdobramentos dessa tentativa de interferência nas apurações.