Um renomado gestor de fundos adotou uma postura mais defensiva em relação ao mercado de ações brasileiro, marcando a primeira vez desde 2016 que seu fundo principal assume uma posição liquidamente vendida no país. A decisão reflete preocupações com a deterioração do cenário fiscal e a incerteza sobre o compromisso do governo em conter o crescente déficit orçamentário. A avaliação é de que a política econômica atual carece de ancoragem, com a atuação do Banco Central sendo o único pilar de estabilidade frente à inflação.
O descontentamento entre investidores aumentou após a divulgação de um pacote fiscal pelo governo que incluiu uma inesperada isenção de imposto de renda, levantando dúvidas sobre a efetividade das medidas para equilibrar as contas públicas. Essa percepção de fragilidade fiscal tem ampliado as preocupações com a sustentabilidade econômica e gerado maior cautela no mercado financeiro.
O fundo em questão, conhecido por seu histórico de retornos consistentes, registrou um desempenho superior ao do mercado em novembro. A decisão de assumir uma posição vendida é vista como um movimento estratégico para proteger os investimentos em um ambiente de elevada incerteza econômica e política no Brasil.