Em seu relatório de perspectivas para 2025, o Banco Inter aponta para um cenário econômico marcado por uma inflação resiliente e uma continuidade de juros elevados no próximo ano. A expectativa do banco é que a Selic, atualmente em 13,25%, suba mais 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em dezembro, encerrando 2024 em 12%. O relatório também projeta que a taxa básica de juros se estabilize em 13% ao longo de 2025, diante de um cenário fiscal ainda incerto e inflação acima da meta estabelecida pelo Banco Central.
A elevação da taxa de juros, conforme esperado pelo Inter, deve impactar o crescimento do crédito e aumentar a inadimplência em 2025. Além disso, o mercado de capitais, que viveu um ano de crescimento robusto, pode esfriar devido ao custo elevado do crédito e à desaceleração econômica. A inflação, medida pelo IPCA, deve terminar 2024 em 4,8%, superando o teto da meta de 4,5%, e seguir em 4,4% ao final de 2025, refletindo um cenário de preços persistentes e desafios fiscais.
O relatório também discute um cenário alternativo em que a implementação de um ajuste fiscal mais eficiente poderia resultar em uma desaceleração mais rápida da inflação, abrindo espaço para cortes de juros ao longo de 2025. Contudo, essa perspectiva depende de uma maior estabilidade fiscal, o que ainda gera incertezas no mercado. A análise destaca a complexidade do ambiente econômico brasileiro e as difíceis escolhas que o Banco Central terá de fazer para conter a inflação sem comprometer o crescimento.