O IPCA-15 de dezembro apresentou desaceleração, marcando alta de 0,34%, abaixo das projeções do mercado, que esperavam cerca de 0,46%. O menor reajuste nas tarifas aéreas e a ativação da bandeira verde na energia elétrica foram fatores decisivos para o resultado mais brando. Apesar disso, o índice ainda reflete pressões significativas, como o avanço dos preços de alimentos e o aumento dos serviços essenciais, com destaque para a inflação de serviços subjacentes, que subiu 0,71% no mês, acumulando alta expressiva no ano.
Os analistas alertam para uma deterioração contínua dos indicadores inflacionários, com alta nos preços de itens como carnes e cigarros. O impacto da demanda interna aquecida e do mercado de trabalho pressionado sustenta projeções de inflação elevadas para os próximos anos, com estimativas de IPCA em 5,2% a 5,3% para 2025. Esse cenário mantém expectativas de um ciclo de juros mais restritivo, com a Selic podendo alcançar 15% até meados de 2025, refletindo também a recente desvalorização do câmbio.
Apesar do alívio momentâneo nos dados de dezembro, a composição da inflação, especialmente em serviços e alimentos, reforça a preocupação com a persistência de pressões inflacionárias. Especialistas apontam que a dinâmica dos preços futuros segue desafiadora, com a política monetária sendo um fator-chave para conter os desequilíbrios e tentar alinhar as expectativas inflacionárias ao centro da meta.