Entre janeiro e novembro de 2024, o Brasil registrou um expressivo aumento nas importações, com destaque para os bens de consumo duráveis, que cresceram 53,4% em relação ao ano anterior. O principal responsável por esse aumento foi a alta demanda por carros elétricos, especialmente vindos da China, que teve um impacto significativo no mercado brasileiro. Em junho, as importações desse segmento aumentaram em 320% comparado ao mesmo mês de 2023. Além dos bens de consumo duráveis, houve também um crescimento nas importações de bens de capital (23,8%) e bens intermediários (14,5%), enquanto os bens de consumo semiduráveis e não duráveis subiram 27,7% e 10%, respectivamente.
Este crescimento nas importações teve reflexos diretos na balança comercial brasileira, que registrou um superávit de US$ 69,9 bilhões até novembro de 2024, uma queda de US$ 19,4 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior. A corrente de comércio totalizou US$ 554,7 bilhões, superando em US$ 22,8 bilhões o valor registrado em 2023. A Fundação Getulio Vargas (FGV) projeta que a balança comercial termine o ano com um superávit entre US$ 74 bilhões e US$ 78 bilhões, com as exportações brasileiras crescendo 4,2% e as importações aumentando 16,5% até novembro.
A China segue como o principal parceiro comercial do Brasil, representando 44,3% do superávit da balança comercial. No entanto, a participação chinesa nas exportações brasileiras diminuiu, enquanto as exportações para os Estados Unidos e a União Europeia aumentaram em 10,7% e 5,7%, respectivamente. As importações provenientes desses blocos também cresceram, com a China registrando um aumento de 38,1% e os Estados Unidos e a União Europeia subindo 3,9% e 0,9%, respectivamente. A Argentina também registrou um aumento nas importações, com crescimento de 11,8%.