A Assembleia Nacional da Coreia do Sul vota neste sábado (7) a moção de impeachment contra o presidente, acusado de violar a Constituição ao declarar lei marcial no país. Para que o impeachment seja aprovado, é necessário que dois terços dos parlamentares votem a favor, o que exige o apoio de membros de diferentes partidos. A Assembleia é majoritariamente controlada pelo Partido Democrata, de oposição, que, com seus 192 assentos, tem uma quantidade insuficiente para alcançar a maioria necessária sem a adesão de aliados. Caso a moção seja aprovada, o presidente será imediatamente afastado, e o primeiro-ministro assumirá a presidência de forma interina.
Se o impeachment for confirmado, o Tribunal Constitucional sul-coreano terá até seis meses para deliberar sobre a validade da decisão, ouvindo evidências sobre as acusações. Em caso de confirmação do impeachment, uma nova eleição presidencial deverá ser convocada dentro de 60 dias. Este processo também se aplicaria caso o presidente decidisse renunciar, com o primeiro-ministro ocupando o cargo interinamente até a eleição. A situação atual do Tribunal Constitucional é marcada pela falta de três juízes, o que levanta dúvidas sobre como o caso será tratado.
O processo de impeachment na Coreia do Sul tem precedentes históricos. Em 2017, a então presidente foi destituída após o impeachment ser confirmado pelo Tribunal Constitucional. A destituição ocorreu em meio a um escândalo de corrupção, e o julgamento foi seguido por novas eleições. A instabilidade política e a insatisfação com a gestão presidencial são elementos recorrentes na política sul-coreana, refletindo a complexidade do sistema democrático do país.