O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, anunciado recentemente, promete um aumento significativo no fluxo comercial entre Brasil e UE, estimado em R$ 94,2 bilhões até 2044. Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve receber um impacto positivo de R$ 37 bilhões, equivalente a 0,34% da economia nacional. As exportações brasileiras para a UE devem crescer R$ 52,1 bilhões, enquanto as importações aumentarão R$ 42,1 bilhões, devido à redução gradual das tarifas ao longo de até 30 anos, dependendo do setor.
Apesar dos avanços, o acordo apresenta desafios e assimetrias, especialmente no setor agrícola, que enfrentará cotas limitando a exportação de produtos como carne suína, etanol e açúcar, acima de certos volumes. Por outro lado, produtos industriais europeus não terão restrições semelhantes. O Brasil, contudo, incluiu salvaguardas para proteger setores estratégicos, como o automotivo. Especialistas apontam que os benefícios econômicos, como aumento nos investimentos e impacto nos salários reais, serão sentidos apenas a longo prazo, mas o acordo fortalece o posicionamento político e comercial do Mercosul frente a grandes potências como China e Estados Unidos.
Além do impacto econômico, o acordo também carrega um peso estratégico e político, ampliando o poder de negociação internacional do Brasil. Especialistas destacam que, embora a geração de empregos e outras vantagens não sejam imediatas, o fortalecimento das relações comerciais com a União Europeia pode trazer oportunidades para empresas do Mercosul. No entanto, o sucesso dependerá da implementação adequada das cláusulas e do uso efetivo das salvaguardas estabelecidas no acordo.