A Ilha da Queimada Grande, localizada no litoral de São Paulo, entre Itanhaém e Peruíbe, é um local de difícil acesso, restrito a pesquisadores e profissionais ambientais. Conhecida por ser a segunda ilha com maior densidade de cobras do mundo, a ilha abriga a jararaca-ilhoa, uma espécie altamente venenosa que só existe ali. O biólogo Eric Comin, que já visitou o local várias vezes, relatou a presença constante de serpentes durante as expedições, embora elas sejam descritas como tranquilas e não agressivas, limitando os riscos para os pesquisadores.
A jararaca-ilhoa, uma espécie endêmica da ilha, é famosa por sua potente peçonha, capaz de matar aves com um único bote. Ela se adaptou a um isolamento geográfico que ocorreu durante a glaciação, evoluindo para caçar aves migratórias que visitam a ilha. Essa adaptação, que inclui a potencialização da toxicidade de sua picada, torna a jararaca-ilhoa uma das cobras mais perigosas do mundo. Apesar do perigo, a espécie continua a ser um objeto de estudo devido à sua importância ecológica.
Além das cobras, a Ilha da Queimada Grande também se destaca pela rica biodiversidade marinha em seu entorno, com áreas de mergulho que atraem espécies como raias, tartarugas e baleias, além de diversos peixes e corais. O local é considerado um hotspot para conservação e é ponto de passagem de várias espécies migratórias. Apesar de o acesso à ilha ser restrito, as expedições para estudar a fauna terrestre e marinha continuam a ser realizadas, ajudando a preservar esse ecossistema único.