Cristãos da Síria participaram da missa de Natal na histórica Igreja da Senhora de Damasco, uma das mais antigas do país, na quarta-feira (25). Essa foi a primeira celebração religiosa desde a queda do regime de Bashar al-Assad, marcada como um teste importante das promessas dos novos líderes islâmicos de proteger os direitos das minorias religiosas no país. O culto ocorreu sem incidentes, com coros de hinos preenchendo o espaço sagrado, apesar de um clima de tensão persistente em relação à segurança da minoria cristã.
O líder de um dos grupos rebeldes, Abu Mohammed al-Jolani, garantiu aos cristãos e outras comunidades que estariam seguros sob sua administração na Síria, embora episódios recentes, como ataques a igrejas e a queima de símbolos religiosos, tenham gerado desconfiança entre a população local. Protestos em Damasco contra a destruição de uma árvore de Natal e um ataque a uma igreja ortodoxa grega na cidade de Hama indicam que o cenário ainda é delicado para as minorias religiosas no país.
A queda do regime de Assad, em 8 de dezembro, após mais de cinco décadas de poder, abriu uma nova fase na Síria. O conflito, que teve início em 2011, envolveu uma série de forças regionais e internacionais e causou imensos danos ao país, com mais de 300 mil mortos e milhões de deslocados. Embora os confrontos tenham diminuído após o cessar-fogo em 2020, o futuro da Síria permanece incerto, com grupos rivais disputando o controle e desafios persistentes para a reconstrução e estabilidade da nação.