Em 2024, o Ifix, índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa, sofreu uma queda de 5,8%, o que representou seu pior desempenho desde 2020. Após registrar perdas superiores a 13% ao longo do ano, o índice recuperou-se parcialmente nos últimos dias de dezembro, impulsionado por um mini rali de 9%. A principal causa das dificuldades no setor foi o aumento da curva de juros e a incerteza no cenário fiscal, fatores que afetaram negativamente o mercado de FIIs e dificultaram novas captações.
Entre os fundos imobiliários que se destacaram positivamente em 2024, o Suno Energias Limpas (SNEL11) liderou as altas, com ganhos superiores a 19%, enquanto o Hectare CE (HCTR11) enfrentou grandes perdas, com desvalorização de 47%. O HCTR11, um fundo de maior risco que investe em certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), sofreu com inadimplência de papéis e a ausência de distribuição de rendimentos em dezembro, o que afetou significativamente seu valor de mercado. O fundo terminou o ano com uma estimativa de patrimônio líquido de R$ 2,5 bilhões, mas com uma avaliação de mercado de pouco mais de R$ 400 milhões.
Apesar da leve recuperação no final de 2024, as incertezas macroeconômicas permanecem, o que deixa o mercado de FIIs em um cenário volátil para 2025. Especialistas indicam que fundos mais defensivos, com fluxos de recebimentos mais estáveis e menos sensíveis ao risco de crédito, devem ser mais promissores no futuro próximo. A cautela é recomendada em relação a fundos mais arriscados, como os de desenvolvimento e varejo, que tendem a sofrer mais em tempos de instabilidade econômica.