A pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), que abrange o período de 2014 a 2023, revelou um crescimento significativo no número de idosos no mercado de trabalho no interior de São Paulo, que passou de 5,9% para 8,3%. Em termos absolutos, o número de idosos empregados saltou de 1,4 milhões para 2,2 milhões, com o setor de serviços sendo o maior empregador dessa faixa etária, com 55,6% das vagas. No entanto, a quantidade de idosos em empregos formais com carteira assinada caiu, representando uma diminuição de 32% para 30%, enquanto empregos informais aumentaram.
Esse aumento da presença de idosos no mercado de trabalho está relacionado à longevidade da população e à necessidade de complementar a renda familiar, conforme apontam especialistas. A economista Eliane Navarro Rosandiski destaca que muitos idosos, que anteriormente estavam saindo do mercado formal a partir dos 50 anos, buscam alternativas em setores como serviços e comércio. No entanto, essa mudança também é impulsionada pela necessidade financeira, já que a aposentadoria nem sempre é suficiente para garantir a qualidade de vida.
Embora o aumento do número de idosos empregados seja notável, o fenômeno também traz desafios. A pesquisa indica que 25% dos idosos no interior de São Paulo ainda estão no mercado de trabalho, mas enfrentam dificuldades como o etarismo e a redução de vagas disponíveis. Muitos trabalhadores idosos têm que buscar alternativas para complementar a renda, visto que, mesmo com a aposentadoria, a perda salarial pode ser significativa, especialmente considerando que a expectativa de vida continua a aumentar, exigindo planejamento financeiro para os anos seguintes.