O Ibovespa sofreu uma forte queda de 2,74% nesta quinta-feira (12), encerrando o dia com 126.042 pontos, o pior desempenho diário desde janeiro de 2023. A queda foi motivada pela expectativa do mercado de que o Banco Central seguirá com uma política monetária restritiva, após o aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic para 12,25% ao ano. Entre as ações que compõem o índice, a maioria registrou perdas significativas, especialmente as do setor de consumo e varejo, que são mais sensíveis ao aumento dos juros. A única ação que apresentou alta foi a Hapvida (HAPV3), com valorização de 1,12%.
O impacto negativo foi sentido principalmente nas empresas com maior exposição ao consumo, como Pão de Açúcar (PCAR3), Petz (PETZ3) e Magazine Luiza (MGLU3), que apresentaram quedas superiores a 9%. No total, as ações das 322 empresas listadas na B3 perderam R$ 133,2 bilhões em valor de mercado, com a Petrobras sendo o maior responsável, com uma perda de R$ 31,8 bilhões. Esse cenário reflete a apreensão dos investidores com a manutenção de juros elevados, o que limita o apetite por novos investimentos e diminui a confiança na recuperação econômica.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter uma postura mais agressiva em relação aos juros reflete a dificuldade em controlar a inflação, especialmente em um cenário de incertezas econômicas. O Copom indicou que pode manter o ritmo de alta da Selic nas próximas reuniões, sinalizando que a ancoragem das expectativas de inflação pode ocorrer apenas em 2026, caso as condições econômicas se estabilizem. A política monetária mais restritiva continua a ser um desafio para a economia brasileira, afetando diretamente a confiança no mercado e o crescimento do consumo e dos investimentos.