O Ibovespa teve um desempenho negativo em 2024, com queda acumulada de 10,36%, marcando seu pior resultado desde 2021. O cenário macroeconômico interno, com a desconfiança em relação à política fiscal do Brasil, e o impacto do dólar forte, que subiu 27%, pesaram na desvalorização do índice. Além disso, o ambiente externo, especialmente com os juros elevados nos Estados Unidos e incertezas sobre a economia chinesa, afetou as expectativas dos investidores. A alta dos juros e a desvalorização da moeda brasileira impactaram especialmente as empresas com grande endividamento em dólar, além de pressionar o setor de consumo e turismo.
Por outro lado, algumas ações registraram performances excepcionais no ano. A Embraer se destacou com um crescimento de 150,96%, beneficiada por contratos e bons resultados, mantendo um desempenho positivo mesmo com a volatilidade do mercado. O setor de proteínas também teve bons resultados, com Marfrig e BRF apresentando altas de 104,83% e 87,90%, respectivamente, impulsionadas por uma recuperação nos lucros e distribuição de dividendos, apesar de um cenário econômico desafiador. JBS também se beneficiou dessa tendência, com um aumento de 58,22%.
Entre as maiores quedas, Azul, Magazine Luiza e outras empresas de setores sensíveis à alta dos juros, como Cogna e Yduqs, enfrentaram perdas significativas, com desvalorizações superiores a 60%. A alta dos juros afetou diretamente o consumo e o endividamento, o que prejudicou o desempenho de várias ações. O setor de turismo, representado pela CVC, também sofreu com a alta do dólar, apesar de uma recuperação parcial nos lucros no segundo semestre. Em 2024, o mercado de ações no Brasil demonstrou a volatilidade típica de um cenário econômico complexo, com disparidades notáveis entre os setores.