O Ibovespa encerrou 2024 com uma queda de 10,36%, o pior desempenho desde 2021, refletindo a desconfiança em relação à política fiscal do Brasil e o cenário econômico global desfavorável, especialmente em relação aos juros altos nos Estados Unidos e às incertezas da economia chinesa. Mesmo com um leve aumento de 0,01% no último pregão do ano, o índice ficou pressionado por fatores internos e externos que impactaram a confiança dos investidores, além de um volume financeiro reduzido devido ao período de fim de ano.
O governo brasileiro tem buscado reverter essa percepção negativa, com decisões recentes no Congresso e a flexibilização de medidas fiscais, que geraram uma leve reação positiva do mercado. Porém, a recuperação ainda é incerta, especialmente com o aumento das projeções de inflação e juros para 2025, conforme o último relatório Focus do Banco Central. O cenário fiscal, com um déficit primário e um endividamento ainda preocupante, segue sendo um dos maiores desafios para a economia brasileira.
Para 2025, analistas ajustaram suas expectativas para o Ibovespa, com previsões mais cautelosas devido aos riscos fiscais e políticos. Grandes instituições financeiras, como o Morgan Stanley e o JPMorgan, reduziram suas exposições ao Brasil, destacando preocupações com a estabilidade fiscal e a taxa de juros interna elevada. Em contraste, o México tem se mostrado uma alternativa mais atrativa, em parte devido à sua política de redução de juros e um cenário global mais favorável. A visão predominante é de um ano desafiador, com breves períodos de recuperação pontuados por uma volatilidade persistente.