O Ibovespa encerrou 2024 com queda acumulada de 10,36%, atingindo 120.283,40 pontos, em contraste com a máxima histórica de 137 mil pontos alcançada em agosto. O índice enfrentou pressões significativas ao longo do ano, impulsionadas pela deterioração da percepção de risco fiscal no Brasil, a desvalorização do real e o aumento dos juros futuros. No cenário externo, a perspectiva de um governo mais protecionista nos Estados Unidos, com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, trouxe cautela adicional, afetando o apetite por ativos de risco. O trimestre final foi particularmente desafiador, com uma perda de 8,74%, o pior desempenho para o período desde a crise global de 2008.
Além do impacto do câmbio, que fechou o ano com o dólar a R$ 6,18 (+27% em relação ao real), o Ibovespa em dólar registrou 19.462,70 pontos, refletindo a queda do índice e a apreciação da moeda americana. Em 2024, ações de grandes companhias mostraram desempenhos divergentes: Petrobras registrou alta significativa, enquanto Vale teve um declínio acentuado de mais de 23%. Setores como bancos também sofreram, com Bradesco e Santander Brasil registrando quedas expressivas, enquanto Itaú teve perdas mais moderadas.
No fechamento do ano, a estabilidade do índice foi assegurada por desempenhos positivos em algumas ações, como Azul e Brava, enquanto outros papéis, como Ambev e Automob, puxaram o índice para baixo. O giro financeiro na B3 totalizou R$ 17,8 bilhões na última sessão do ano. Assim, 2024 se consolidou como um dos anos mais difíceis para a Bolsa brasileira desde 2021, evidenciando os desafios econômicos tanto no cenário interno quanto no externo.