O Ibovespa conseguiu registrar um leve ganho de 0,22% na semana, mas a sessão de sexta-feira, 6 de dezembro, trouxe uma reversão significativa do avanço anterior. O índice caiu 1,50%, fechando aos 125.945,67 pontos, após ter iniciado o dia próximo dos 127 mil pontos. A volatilidade tem sido a tônica nos últimos dias, refletindo a reação do mercado às medidas fiscais do governo e à instabilidade externa, com destaque para a pressão na curva de juros doméstica e a alta do dólar, que subiu 1,02% frente ao real. No ano, o Ibovespa acumula queda de 6,14%, enquanto o volume financeiro registrado foi de R$ 23,4 bilhões.
A semana foi marcada por uma recuperação moderada após perdas acentuadas no fim de novembro, quando o pacote fiscal do governo foi mal recebido pelos investidores. A expectativa do mercado se volta agora para o andamento das discussões no Congresso, com um cenário de incerteza sobre a possível diluição do pacote fiscal. A elevada taxa de juros e a desancoragem da política fiscal do governo, que têm gerado desconfiança entre os investidores, mantêm a aversão ao risco, pressionando o câmbio e os juros futuros. Enquanto isso, o mercado externo demonstrou otimismo, especialmente nos Estados Unidos, onde o Nasdaq e o S&P 500 registraram recordes.
No Brasil, a recuperação das ações mais líquidas e o comportamento misto de commodities e grandes bancos não foram suficientes para sustentar um otimismo mais duradouro. Setores como o varejo e empresas sensíveis à taxa de juros e ao câmbio, como CVC e Magazine Luiza, apresentaram quedas expressivas. O mercado também se manteve atento à decisão do Federal Reserve sobre os juros nos EUA, que deve ser tomada na próxima semana. A tensão sobre o futuro fiscal brasileiro e a falta de confiança na condução econômica continuam a impactar o desempenho das ações na B3, afastando o índice da trajetória de recuperação observada em outros mercados globais.