A Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório em que acusa o governo de Israel de cometer crimes de genocídio e extermínio contra a população palestina na Faixa de Gaza, alegando que a privação de água potável aos civis é parte de uma política deliberada. De acordo com a organização, essa ação configura um crime de exterminação sob a Convenção sobre Genocídio de 1948, que proíbe a destruição de grupos étnicos ou nacionais. Israel nega as acusações, afirmando que suas ações têm como objetivo se defender dos ataques do grupo Hamas, que iniciaram o conflito em outubro de 2023.
O relatório de 184 páginas detalha como Israel interrompeu o fornecimento de água e energia elétrica a Gaza, além de restringir o combustível, afetando gravemente as instalações de saneamento da região. Como consequência, muitos palestinos passaram a ter acesso a apenas alguns litros de água por dia, quantidade muito abaixo do necessário para a sobrevivência. A HRW afirma que essa privação está exacerbando a crise humanitária e caracterizando um ato de genocídio, dado que a privação intencional de recursos essenciais está prejudicando a vida de uma parte significativa da população.
Além do HRW, a Anistia Internacional também utilizou o termo “genocídio” em relação às ações de Israel em Gaza, criando um debate crescente sobre as implicações legais e humanitárias da ofensiva. O relatório da HRW foi publicado semanas após o Tribunal Penal Internacional emitir mandados de prisão contra líderes israelenses, acusados de crimes de guerra e contra a humanidade, os quais negam as acusações. O conflito em Gaza, que já causou mais de 45 mil mortes e deslocamento de milhões, continua a gerar repercussões no cenário internacional.