A Honda e a Nissan anunciaram nesta segunda-feira (23) que estão em negociações para uma possível fusão, com o objetivo de formar o terceiro maior grupo automotivo mundial, superando a General Motors. A união das duas montadoras japonesas surge em um momento de intensificação da competição no setor, especialmente com o avanço das fabricantes chinesas de veículos elétricos, como BYD, e a crescente pressão das montadoras globais, incluindo Tesla. A fusão visa consolidar recursos e aumentar a competitividade frente a desafios tecnológicos e de mercado, além de permitir um crescimento das vendas combinadas para mais de 30 trilhões de ienes (cerca de R$ 116 bilhões).
Combinando os pontos fortes da Honda, segunda maior fabricante do Japão, e da Nissan, terceira, a fusão também poderia envolver a Mitsubishi Motors, empresa controlada pela Nissan. O acordo, ainda em fase de negociação, está previsto para ser concluído até 2025, com a criação de uma holding até 2026, quando as ações das duas empresas seriam retiradas da bolsa. A expectativa é que o novo grupo alcance vendas globais superiores a 8 milhões de veículos por ano. Além disso, a Honda terá a responsabilidade de nomear a maior parte do conselho da nova holding, mantendo uma posição estratégica na gestão.
A ideia de fusão foi impulsionada pela necessidade de fortalecer a aliança entre as empresas, especialmente em áreas como eletrificação e desenvolvimento de software. Nos últimos meses, tanto a Honda quanto a Nissan enfrentaram desafios significativos, incluindo queda nas vendas em mercados importantes como China e Estados Unidos. Ambas as empresas também estão buscando alternativas para melhorar sua competitividade diante das crescentes ameaças de novos players no mercado global de veículos elétricos. A colaboração entre elas, que já inclui projetos conjuntos, visa criar uma resposta robusta a essa nova realidade da indústria automotiva mundial.