José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, faleceu na última sexta-feira (13) enquanto aguardava atendimento na UPA Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. O homem, que sofria de dores estomacais há meses, entrou na unidade de saúde já queixando-se de fortes dores, mas foi atendido apenas de forma superficial, recebendo medicamentos como dipirona sem que fosse realizado um exame adequado. Durante o tempo de espera, ele ficou desacordado e morreu sentado na recepção, sem que nenhum profissional de saúde percebesse a gravidade de seu estado.
A situação gerou revolta entre os familiares, que relataram as frequentes idas de José à UPA e o atendimento insatisfatório que ele recebia. A irmã de José comentou que ele se queixava constantemente da falta de atenção recebida pelos profissionais e a demora no atendimento, com esperas que chegavam a até cinco horas. A tragédia se intensificou ao se perceber que ele estava lúcido ao chegar, mas, quando foi finalmente atendido, já estava desacordado.
Após o ocorrido, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro anunciou a demissão dos funcionários envolvidos no plantão da noite e afirmou que uma sindicância seria aberta para investigar as causas da morte. Além disso, os familiares planejam buscar justiça por meio de ação judicial. A morte de José levanta questionamentos sobre o sistema de saúde pública, que, segundo seus familiares, falhou em proporcionar o atendimento adequado e digno que ele merecia.