Um tribunal na Holanda condenou uma mulher a 10 anos de prisão por crimes relacionados à escravização de uma mulher yazidi na Síria e sua participação no Estado Islâmico. A decisão foi tomada após considerar a gravidade do crime, classificado como uma violação dos direitos humanos, agravado pela situação da vítima, que foi obrigada a realizar trabalho doméstico e sofreu abusos. A corte destacou que os atos fizeram parte de um ataque sistemático contra a comunidade yazidi, alvo de perseguições do grupo terrorista.
A vítima, identificada como Z, foi mantida como escrava entre 2015 e 2016 em Raqqa, enquanto o grupo controlava a região. Durante esse período, ela foi forçada a trabalhar e cuidar do filho da condenada em condições degradantes. Os yazidis, uma minoria religiosa, foram especialmente perseguidos pelo Estado Islâmico, que matou milhares e escravizou milhares de mulheres e crianças entre 2014 e 2017, deslocando grande parte dessa comunidade do norte do Iraque.
A condenada também foi considerada culpada por integrar uma organização terrorista e colocar em risco a vida de seu filho pequeno. Ela foi repatriada pela Holanda em 2022, após a derrota do Estado Islâmico em 2019 e períodos em campos de detenção curdos. O caso reflete a luta contínua contra a impunidade para crimes cometidos durante o domínio do grupo extremista.