A guerra civil na Síria, que já dura 13 anos, viu um novo pico de violência com os avanços dos rebeldes na região norte e centro do país, incluindo a tomada de Aleppo, a segunda maior cidade síria, e o cerco a Homs. A ofensiva é liderada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que iniciou sua ação com a conquista de Aleppo e seguiu em direção a Homs e outras cidades estratégicas. Este movimento ocorre em um momento delicado para o regime de Bashar al-Assad, que, apesar de ter o apoio de aliados como Rússia, Irã e Hezbollah, enfrenta dificuldades devido à pressão internacional e à guerra na Ucrânia.
O HTS, anteriormente associado à Al-Qaeda, tem ganhado notoriedade por suas ações no território sírio, buscando consolidar um governo de caráter mais civil, embora com um histórico de extremismo e repressão. Apesar disso, o grupo tem tentado distanciar-se da imagem terrorista ao adotar uma postura de maior tolerância religiosa em algumas áreas sob seu controle, como a permissão para missas cristãs em Idlib. A situação é ainda mais complicada pelo apoio contínuo dos EUA e aliados ocidentais às Forças Democráticas Sírias (FDS), que controlam o nordeste da Síria, enquanto a Turquia mantém influência sobre outras facções rebeldes.
Os fatores que contribuiram para o recrudescimento do conflito incluem os ataques israelenses a alvos no território sírio, a fragilidade do Hezbollah após os confrontos com Israel, e o impacto da guerra na Ucrânia sobre os recursos e a atenção da Rússia. A retomada de Aleppo é um marco significativo, já que a cidade, antes um centro econômico e cultural, foi severamente destruída durante as batalhas anteriores e sua importância estratégica continua a pesar no curso da guerra. O futuro imediato da Síria permanece incerto, com a oposição e o regime se enfrentando por territórios vitais, enquanto potências internacionais continuam a moldar o cenário.