As autoridades alemãs, francesas e britânicas estão intensificando seus contatos com as novas autoridades governamentais da Síria, lideradas pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), após a destituição de Bashar al-Assad. Recentemente, uma delegação britânica se encontrou com Ahmed al-Sharaa, o novo primeiro-ministro nomeado pelo HTS, que destacou a necessidade de restabelecer relações diplomáticas e suspender as sanções econômicas contra o país. Essa aproximação ocorre mesmo com o HTS sendo considerado uma organização terrorista pelo Ocidente, devido aos seus vínculos passados com a Al-Qaeda.
Em um momento decisivo para a Síria, Sharaa enfatizou as dificuldades financeiras enfrentadas pelo novo governo, como a escassez de reservas monetárias, e apelou pela remoção das sanções para facilitar o retorno dos refugiados sírios. Sua reunião com autoridades britânicas foi o encontro de mais alto nível com representantes ocidentais desde a ascensão do HTS ao poder, sinalizando uma possível mudança na postura de países ocidentais em relação à Síria, especialmente após a queda de Assad. No entanto, qualquer avanço nas negociações dependerá de manobras para contornar a designação de terrorismo imposta ao grupo.
A reconfiguração política na Síria gerou um impacto nas relações internacionais, com os aliados tradicionais de Assad, como Rússia e Irã, vendo sua influência no país enfraquecida. A ONU também projeta o retorno de cerca de 1 milhão de sírios ao país até junho do próximo ano, indicando uma possível normalização gradual da situação interna. Embora as negociações avancem, o futuro da Síria continua incerto, com desafios substanciais em relação à reconstrução do Estado, à segurança e ao restabelecimento de um sistema jurídico funcional.