O governo Lula está pressionado para aprovar um pacote fiscal com quatro matérias antes do recesso parlamentar, mas encontra resistência de partidos da base aliada, especialmente aqueles com ministérios. A disputa central gira em torno da insatisfação com as emendas parlamentares, após uma decisão do STF que impôs restrições à execução dessas emendas. Para contornar a situação, o Planalto tenta negociar uma revisão dessa decisão e liberar R$ 10 bilhões em emendas até o final do ano, com o objetivo de garantir apoio político para a aprovação do pacote. O total de emendas executadas em 2024 deve alcançar R$ 40 bilhões, um recorde.
Além das dificuldades relacionadas ao pacote fiscal, o governo enfrenta uma pressão crescente por parte de partidos como o PSD e o União Brasil, que alegam estar sub-representados e negligenciados em disputas internas. A insatisfação é especialmente forte dentro do PSD, que reivindica um ministério de maior porte, em contraste com a pasta da Pesca, atualmente sob sua responsabilidade. A reivindicação está ligada à tentativa de garantir maior visibilidade e recursos para o partido, especialmente após a vitória nas eleições municipais de 2024.
O Palácio do Planalto, por sua vez, busca fortalecer sua base aliada para as eleições de 2026, com foco na construção de uma coalizão sólida. Além de negociar com partidos como o MDB e o Podemos, o governo tenta neutralizar a oposição de partidos à direita e garantir o apoio dos grupos mais governistas dentro do MDB. A estratégia envolve a distribuição de cargos de segundo escalão e outros benefícios, com o objetivo de consolidar uma aliança eleitoral robusta para os próximos pleitos presidenciais.