O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou as alegações de que as empresas estatais teriam registrado um déficit recorde de R$ 6,04 bilhões de janeiro a novembro de 2023, conforme apontado por um levantamento do Banco Central. Haddad explicou que a contabilidade das estatais pode diferir da contabilidade pública, o que, em alguns casos, pode levar a interpretações equivocadas sobre déficits. Segundo ele, quando há investimentos, esses valores podem ser registrados de forma a parecerem como déficit, mas não refletem perdas reais. A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, também defendeu essa visão, destacando que a contabilidade empresarial é mais adequada para avaliar a saúde financeira das estatais.
Dweck enfatizou que a metodologia utilizada pelo Banco Central, que considera apenas as receitas e despesas do ano, não reflete adequadamente o cenário real das empresas estatais. Algumas delas, de fato, apresentaram lucros, como indicam os dividendos pagos aos acionistas, e o investimento com recursos acumulados de anos anteriores não deve ser confundido com um prejuízo. A ministra explicou ainda que, em anos anteriores, algumas estatais receberam aportes do Tesouro, que ficaram em caixa devido a restrições impostas durante o governo anterior, mas que agora, com a retirada dessas empresas do Plano Nacional de Desestatização, elas voltaram a realizar investimentos.
Apesar das explicações, Dweck admitiu que três estatais registraram prejuízo, incluindo os Correios. Ela reforçou que o governo está atento à saúde financeira das empresas estatais e que o presidente Lula assinou um decreto para discutir a reestruturação dessas empresas, com o objetivo de melhorar sua saúde financeira. A discussão sobre a metodologia contábil e os resultados financeiros das estatais continua em foco, com a expectativa de um esclarecimento mais detalhado sobre a situação das empresas públicas no país.