A relação entre o governo e o Congresso, especialmente no que diz respeito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem sido alvo de críticas por parte de deputados, que apontam a necessidade de uma aproximação maior no próximo ano. A cúpula da Câmara considera que as dificuldades na articulação política com o Executivo vão além da reforma ministerial, com deputados expressando uma expectativa de maior interlocução e proximidade com o presidente, algo que sentiram ser mais presente nos mandatos anteriores de Lula.
De acordo com líderes da Câmara, o atual governo tem realizado menos reuniões com bancadas e lideranças em comparação com os mandatos anteriores de outros presidentes, como Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. Nos bastidores, a falta de um diálogo mais aberto e constante é vista como um obstáculo para uma base mais sólida no Legislativo e para garantir apoio firme dos partidos de centro, que são fundamentais para a aprovação de propostas.
A aprovação recente de propostas econômicas, em um curto período de negociação, gerou críticas entre os congressistas, que consideraram o tempo insuficiente para análise e discussão adequada dos textos. Apesar das críticas sobre o ajuste fiscal e a desidratação de algumas medidas, a avaliação interna na Câmara é que mudanças no pacote eram inevitáveis. No entanto, ainda há um consenso de que uma atuação mais forte do governo na articulação política poderia ter suavizado as críticas e garantido maior apoio nas votações.