O governo federal planeja uma troca na presidência do conselho de administração da Petrobras ainda em dezembro. O atual presidente, Pietro Mendes, que tem ligações com o Ministério de Minas e Energia, deve ser nomeado para a presidência da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o que exigirá sua saída da Petrobras para evitar conflitos de interesse. O nome mais cotado para substituí-lo é o economista Bruno Moretti, ligado ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. A mudança deve ocorrer antes ou durante a reunião do conselho marcada para o dia 20 de dezembro.
A mudança no comando do conselho não deve alterar significativamente a correlação de forças na Petrobras, que é composta por 11 administradores, sendo seis indicados diretamente pelo governo. A substituição de Mendes por Moretti é vista como uma forma de manter o alinhamento estratégico da empresa, que segue em sintonia com os planos dos ministros Silveira e Costa. Embora o nome de Rafael Dubeaux, ligado ao Ministério da Fazenda, tenha sido considerado, ele seria uma opção improvável para assumir a presidência do conselho devido ao risco de alterar o equilíbrio de poder na companhia.
A saída de Mendes também abre uma vaga no conselho, com o nome do advogado Benjamin Alves Rabello sendo cogitado para ocupar o cargo, mantendo o número de indicações feitas por Silveira. Todas as nomeações, incluindo a de Magda Chambriard à presidência da Petrobras, precisarão ser ratificadas em assembleia de acionistas prevista para abril de 2024. A gestão atual da Petrobras tem sido marcada por uma maior influência de aliados do governo, especialmente nas áreas de exploração, engenharia e transição energética.