O governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva entra em 2025 com um cenário de incerteza e desafios complexos. A principal crise que se desenha é a falta de confiança entre os agentes econômicos, que temem uma possível escalada inflacionária e o descontrole fiscal. A persistência dessa desconfiança poderá afetar significativamente as perspectivas de reeleição do presidente ou a sucessão de seu cargo, colocando em risco a estabilidade política do país. A saúde do presidente também adiciona uma camada de incerteza, considerando que ele passou recentemente por duas cirurgias.
Além disso, o governo enfrenta uma segunda crise relacionada à disputa pelo orçamento discricionário da União. No Congresso, deputados e senadores estão mobilizados para responder às restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as emendas parlamentares, o que tem gerado atritos com o Planalto. A articulação política para 2025 já está em andamento, com a definição dos próximos presidentes da Câmara e do Senado prevista para fevereiro. O quadro legislativo se prepara para um novo confronto com o Executivo sobre o controle orçamentário, o que deverá dominar as discussões no início do ano.
Por fim, o cenário político é marcado também por investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo alvo de diversas apurações pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República. As investigações, que envolvem acusações de irregularidades durante seu mandato, continuam a ser analisadas, com a expectativa de que uma denúncia formal seja apresentada ao Supremo Tribunal Federal no início de 2025. Esse contexto político e judicial pode afetar diretamente a agenda do governo atual, que precisa navegar por esses desafios enquanto tenta manter a governabilidade e a confiança pública.