O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o pacote de corte de gastos enviado ao Congresso representa a primeira fase de medidas do ajuste fiscal do governo. Contudo, ele destacou que as modificações feitas pelos parlamentares resultaram em uma perda de aproximadamente R$ 1 bilhão na previsão inicial de economia, que era de R$ 71,9 bilhões. O pacote, segundo Haddad, reflete um consenso entre o Executivo e o Legislativo, e a decisão de enviá-lo neste momento busca evitar maior incerteza econômica no final do ano.
Haddad explicou que, apesar de ter defendido um conjunto de medidas mais robusto, a estratégia do governo foi enviar já ao Congresso aquilo que estava acordado para evitar que a espera por um pacote mais completo gerasse maior instabilidade. Ele ressaltou que, mesmo com a redução nas expectativas de economia, as mudanças no pacote estão sendo avaliadas, e a previsão de impacto nas contas públicas será ajustada conforme as discussões no Senado. O ministro ainda indicou que a Fazenda já tem uma projeção das perdas fiscais nos próximos dois anos, mas os números finais ainda estão em processo de aprovação.
Em relação à economia, o ministro também comentou os efeitos do aumento da taxa de juros (Selic) sobre o crescimento econômico. De acordo com Haddad, o governo espera uma desaceleração do PIB, com uma projeção de crescimento de 2,5% para o ano que vem, já contemplada no Orçamento. Ele afirmou que não há planos de adotar estímulos fiscais, uma vez que o impacto da alta dos juros sobre a atividade econômica será sentido rapidamente.