O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, se encontra em uma situação delicada após acionar um mecanismo constitucional para aprovar o orçamento de 2025 sem a aprovação parlamentar, o que gerou um forte confronto político. A medida, que visa garantir a estabilidade fiscal diante das crescentes divisões no governo e no parlamento, desencadeou reações adversas de partidos de oposição, como a extrema-direita e a esquerda, que apresentaram moções de censura. O governo de Barnier enfrenta a possibilidade de ser derrubado em uma votação que ocorrerá nos próximos dias.
O orçamento proposto por Barnier inclui cortes significativos de 40 bilhões de euros em despesas públicas, além de um aumento de impostos de 20 bilhões de euros, o que gerou fortes críticas, especialmente entre aqueles que consideram que as medidas não são suficientes para enfrentar a crise fiscal do país. A proposta de austeridade foi formulada após um impasse político, uma vez que as eleições de junho deixaram a Assembleia Nacional fragmentada, sem uma maioria clara. A aprovação do orçamento por meio do Artigo 49.3 da Constituição tem gerado ainda mais tensões políticas, expondo o governo a moções de censura.
A situação reflete a crescente instabilidade política na França, com a oposição contestando as escolhas de Barnier, que alegam que ele não atendeu a demandas importantes. Em meio a essa crise, o presidente Emmanuel Macron buscou uma solução através de Barnier para superar o déficit fiscal, mas as medidas propostas só aprofundaram a polarização política. Com um governo enfraquecido e sem uma solução clara à vista, o cenário político francês continua a se deteriorar, aumentando a incerteza econômica e política para o futuro próximo.