O governo francês liderado por Michel Barnier enfrenta uma grave crise política, após moções de desconfiança serem apresentadas por partidos de extrema-direita e de esquerda. A coalizão de Barnier, que assumiu o cargo de primeiro-ministro em setembro, parece estar à beira do colapso, com a oposição unida buscando derrubá-lo. A situação foi agravada pela decisão do governo de tentar aprovar um projeto de lei de seguridade social sem votação no Parlamento, o que gerou ainda mais insatisfação entre os parlamentares e o público.
Se as moções de desconfiança forem aprovadas, o governo de Barnier será o primeiro a cair por meio desse mecanismo desde 1962, exacerbando a instabilidade política na França. A situação tem impactado negativamente a economia, com investidores reagindo a temores de incerteza política. O índice CAC 40 sofreu perdas significativas desde as eleições antecipadas convocadas em junho, e o spread entre os títulos franceses e os alemães continuou a aumentar, sinalizando crescente desconfiança dos mercados.
A crise é ainda mais crítica no contexto europeu, com a Alemanha também em período eleitoral e a transição de poder nos Estados Unidos prestes a ocorrer. O governo minoritário de Barnier, que dependeu do apoio do Reagrupamento Nacional (RN) para se manter no poder, perdeu esse respaldo devido a desacordos sobre o orçamento e a falta de apoio popular. As próximas votações serão decisivas para o futuro político do país, com a possibilidade de uma mudança significativa no cenário governamental francês.