O governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenta aprovar um pacote fiscal ainda este ano, mas tem encontrado resistências dentro da base aliada, principalmente de partidos com ministérios. Entre os obstáculos, está a insatisfação dos parlamentares com decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que impõem regras mais rigorosas para a execução de emendas. Como forma de tentar avançar, o governo liberou R$ 10 bilhões em emendas antes do recesso, e o valor total de emendas executadas em 2024 deve alcançar um recorde de R$ 40 bilhões. Essas ações visam também garantir votos no Congresso para a aprovação das medidas.
Paralelamente, tensões internas se intensificaram entre partidos como o PSD, que busca um ministério de maior relevância e critica a falta de prestígio na atual configuração do governo. O partido, que elegeu o maior número de prefeitos nas eleições de 2024, reclama da distribuição desigual de cargos e do espaço político limitado no governo. Em resposta, o Planalto se comprometeu a analisar os pedidos do PSD, embora a negociação também envolva a construção de uma aliança para as eleições presidenciais de 2026, o que ainda é uma questão delicada.
Em relação à composição da chapa para 2026, o governo de Lula busca fortalecer alianças com partidos-chave, como o MDB, enquanto tenta garantir a neutralidade de outros grupos, como o União Brasil e o PP. A estratégia é ampliar a base governista e garantir uma campanha com mais recursos e tempo de televisão em comparação com 2022, com o objetivo de neutralizar possíveis candidaturas da direita.