O governo federal busca acelerar a tramitação da PEC que propõe cortes de gastos para equilibrar as contas públicas, com estimativa de economia de R$ 375 bilhões até 2030. A proposta abrange ajustes orçamentários que afetariam áreas como aposentadorias e o salário mínimo. Para garantir a aprovação das medidas, foi protocolado um pedido de urgência na Câmara dos Deputados, o que, se aprovado, facilitaria a votação rápida da matéria. Contudo, a mobilização das bancadas tem se mostrado um desafio para o governo, que enfrenta resistência dentro da própria base aliada.
A insatisfação de diversos setores da Câmara é um fator complicador, especialmente em relação às novas regras sobre emendas parlamentares, que foram endurecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A implementação de rastreamento mais rigoroso das emendas gerou descontentamento entre parlamentares, que acreditam que o governo alinhou-se com o STF, prejudicando sua base. O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nega qualquer acordo, mas líderes partidários permanecem céticos quanto ao impacto dessas medidas nas negociações do pacote fiscal.
Se o regime de urgência for aprovado, a votação da PEC poderá ocorrer ainda nesta semana, o que será um importante teste de força para o governo no Congresso. A aprovação da proposta é considerada essencial para o ajuste fiscal, mas o governo já indicou que está disposto a negociar ajustes no texto para atender às demandas dos parlamentares. O desenrolar da votação, marcada para esta quarta-feira, será um termômetro do alinhamento entre o Executivo e sua base aliada, crucial para os próximos passos da agenda econômica.