O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, anunciou no último sábado (21) a decisão de suspender o acesso ao TikTok no país por um período de pelo menos um ano, a partir de 2025. O governo classificou a plataforma, pertencente ao grupo chinês ByteDance, como um “valentão da vizinhança”, devido à disseminação de conteúdos considerados prejudiciais, especialmente entre os jovens. A medida vem após um incidente trágico em Tirana, onde um aluno de 14 anos perdeu a vida em uma briga motivada por discussões nas redes sociais. Além disso, o governo albanês planeja implementar programas educativos para auxiliar tanto os estudantes quanto os pais na supervisão do conteúdo consumido pelas crianças.
O TikTok tem gerado crescente preocupação internacional devido aos seus efeitos negativos, particularmente em relação à saúde mental dos jovens. Críticos apontam que o aplicativo promove o isolamento dos usuários em “silos de conteúdo” por meio de um algoritmo controverso, o que pode favorecer a disseminação de desinformação e conteúdos nocivos. Além disso, diversos incidentes envolvendo desafios perigosos, que se tornaram virais na plataforma, têm sido registrados em países como Kosovo, Macedônia do Norte e Sérvia, onde jovens foram hospitalizados após participar dessas práticas. Tais episódios estão intensificando o debate sobre a responsabilidade das redes sociais na proteção da saúde mental dos adolescentes.
A plataforma também enfrenta desafios legais e investigações em várias partes do mundo. Nos Estados Unidos, onde o TikTok conta com uma enorme base de usuários, a plataforma foi acusada de violar normas de proteção de dados, o que pode levar à sua proibição no país. Outros países, como a Austrália, implementaram medidas restritivas, limitando o acesso a menores de 16 anos. Além disso, a Comissão Europeia investiga a possível interferência do TikTok em processos eleitorais, enquanto o aplicativo segue banido na Índia desde 2020, após confrontos geopolíticos com a China.