O governo da Argentina iniciou um processo administrativo contra sete operadoras de planos de saúde, acusadas de suposta cartelização para aumentar os preços das mensalidades entre dezembro de 2023 e abril de 2024. A acusação envolve práticas anticoncorrenciais graves, conforme estipulado pelas leis de defesa da concorrência do país. A Comissão de Defesa da Concorrência está investigando as empresas e também a Confederação União Argentina de Saúde, que representa as operadoras, por coordenação de aumentos de preços de forma irregular. Caso as empresas sejam condenadas, podem ser multadas em até 30% do faturamento ou em até o dobro do benefício ilícito obtido.
Os preços dos planos de saúde no país dispararam após a decisão do presidente Javier Milei de eliminar os controles de preços em diversos setores, incluindo saúde. Entre dezembro de 2023 e abril de 2024, alguns aumentos superaram 100%, o que levou o governo a restabelecer restrições, determinando que as mensalidades só poderiam ser ajustadas conforme o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Além disso, a Justiça ordenou que as operadoras descontassem valores cobrados a mais nos meses anteriores.
Apesar de o país ter registrado uma desaceleração da inflação em novembro, com um índice de 2,4%, uma das empresas processadas pelo governo aumentou os preços de seus planos em 3,9% em novembro e 3,5% em dezembro, alegando que os reajustes eram necessários para cobrir os custos crescentes. O governo segue com o processo, que pode resultar em punições severas para as empresas envolvidas.