O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reconheceu que sua abordagem sobre segurança pública, centrada no uso intensivo da força policial, pode ter contribuído para o aumento da violência policial no Estado. Em um evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Tarcísio afirmou que suas declarações, que orientam o comportamento dos policiais, podem ter um impacto negativo. Ele também voltou a se posicionar sobre o uso de câmeras corporais pelos policiais, admitindo que sua oposição a essa medida foi equivocada.
Essas declarações ocorrem em um momento crítico, em que incidentes de violência policial, como casos de agressões a civis, têm gerado ampla repercussão na mídia e um clamor por mudanças na segurança pública. A pressão pela adoção de novas estratégias de combate ao crime tem sido reforçada pela professora Joana Monteiro, que destacou a importância do discurso político para a atuação das forças de segurança. Além disso, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, se manifestou a favor da aprovação da PEC da Segurança Pública, que visa criar um sistema mais integrado e nacional de segurança.
Tarcísio, que anteriormente minimizava as denúncias de abusos policiais, agora reconhece a necessidade de revisar tanto a retórica quanto as políticas adotadas. Ele se mostrou favorável à proposta de convocar os governadores para discutir a PEC, embora haja resistência entre os Estados em relação à perda de autonomia nas questões de segurança. A situação atual exige, segundo especialistas, investimentos mais eficazes em políticas públicas para o combate ao crime e para a redução da violência policial.