O governador de São Paulo reconheceu, em evento recente, que sua retórica sobre o uso da força policial pode ter contribuído para o aumento da violência policial no Estado. Ele destacou a importância de ajustar o discurso para garantir segurança jurídica e o cumprimento das normas, sem permitir abusos por parte das forças de segurança. A declaração surgiu no contexto de uma crescente crise de segurança pública, alimentada por casos de violência policial, como a divulgação de imagens de um policial empurrando um homem de uma ponte e a morte de uma criança em Santos.
A fala do governador representou uma mudança em relação a posicionamentos anteriores, quando minimizou as denúncias de violência policial, defendendo a eficácia de sua política de segurança com base em indicadores criminais. Neste evento, ele reconheceu que a segurança pública no Estado é uma “ferida aberta”, refletindo uma nova postura diante das críticas. O evento também contou com a participação de especialistas em segurança, que enfatizaram a necessidade de investimentos em formação e em estratégias para lidar com diferentes tipos de crimes, além de sugerir melhorias no sistema de informações na área.
Durante o evento, o ministro da Justiça defendeu a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição para criar um Sistema Unificado de Segurança Pública, que poderia estabelecer diretrizes nacionais mais consistentes. Em resposta, o governador sugeriu que os chefes dos Executivos estaduais se unam para discutir a proposta, embora o projeto enfrente resistência entre os entes federativos devido a temores sobre a perda de poder sobre as forças de segurança estaduais e municipais.