O governador de São Paulo reconheceu, em evento sobre segurança pública, que sua retórica, centrada no uso intensivo da força policial, pode ter contribuído para o aumento da violência policial no estado. Ao refletir sobre o impacto de suas declarações anteriores, em que minimizava críticas relacionadas à atuação das forças de segurança, ele afirmou que a segurança pública é uma “ferida aberta” e que seu discurso pode ter gerado consequências indesejadas no comportamento dos policiais. Ele ainda destacou a importância de equilibrar a necessidade de segurança jurídica com a disciplina nos procedimentos operacionais, evitando excessos.
O evento, promovido por uma instituição de ensino e com a presença de autoridades do setor de segurança pública, também trouxe à tona a discussão sobre a formação dos profissionais e a necessidade de investimentos em estratégias mais eficazes para combater diferentes tipos de crime, como o organizado. A professora Joana Monteiro, especialista na área, enfatizou que o fortalecimento da formação de lideranças e a criação de um sistema unificado de informações são fundamentais para enfrentar os desafios da segurança pública de maneira mais estruturada.
Por sua vez, o ministro da Justiça falou sobre a importância da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que visa integrar de forma mais eficaz os diversos sistemas de segurança no país. O governador, embora apoiasse a ideia, destacou os desafios políticos que a proposta enfrenta, principalmente pela resistência de governadores e prefeitos que temem perder autonomia sobre as forças de segurança estaduais e municipais. O debate prossegue em meio a um contexto de crescente preocupação pública com a segurança no estado.