A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, fez duras críticas à ata do Comitê de Política Monetária (Copom), considerando-a uma “carta de sequestro” da política econômica do governo. Em post nas redes sociais, a deputada acusou o mercado financeiro de pressionar por medidas contracionistas, como cortes de gastos, por meio de um Banco Central autônomo. Ela questionou a credibilidade das previsões dos agentes econômicos consultados pelo BC, afirmando que suas previsões falharam repetidamente, mas ainda assim mantêm uma postura arrogante.
As críticas de Hoffmann se alinham com comentários feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também tem se manifestado contra a alta da taxa de juros. Durante uma entrevista, Lula afirmou que a única questão errada no Brasil é a taxa de juros elevada, que se mantém acima de 12%. Para o presidente, a responsabilidade pela situação não é do governo federal, mas sim daqueles que decidem aumentar a taxa sem considerar os impactos negativos para a economia.
O Copom, em sua ata, justificou a decisão de elevar a Selic para 12,25% devido a um cenário inflacionário mais adverso. O comitê também sinalizou a possibilidade de mais aumentos na taxa nas próximas reuniões. Essa decisão foi tomada por unanimidade, incluindo os diretores indicados pelo governo, o que gerou ainda mais controvérsias. Gleisi Hoffmann, por sua vez, concluiu que o Banco Central precisa adotar uma nova política monetária, com instrumentos mais eficazes e que não cedam às pressões do mercado financeiro.