O cenário macroeconômico no Brasil tem levado gestores a direcionar suas atenções para o mercado internacional. Luiz Eduardo Portella, da Novus Capital, acredita que a tendência será um maior foco nas economias globais, destacando a força do dólar como uma estratégia importante. Portella aponta que, no momento, os Estados Unidos apresentam um mercado robusto, com crescimento do PIB de 3,5% e uma inflação controlada, especialmente nos bens. No entanto, ele alerta que a pressão sobre a inflação de serviços permanece e que o Fed deve continuar cortando os juros, embora o cenário possa mudar se a economia desacelerar para manter a inflação dentro da meta de 2%.
Portella também menciona que o fortalecimento do dólar é uma tese atrativa, especialmente em um contexto de potenciais tensões comerciais e uma Europa enfraquecida devido a questões geopolíticas e baixa produtividade. Ele prevê que, caso os EUA enfrentem uma inflação maior, o Fed possa ser obrigado a reverter sua política de juros baixos, o que poderia prejudicar o mercado de ações no futuro. O dólar forte, por sua vez, é visto como vantajoso em diversos cenários econômicos.
Em relação ao mercado de crédito, Rafael Gama, também da Novus Capital, discute o fechamento dos spreads no Brasil, atribuindo-o principalmente ao aumento da demanda por fundos de crédito privado. Gama afirma que o fluxo de capitais tem sido o principal motor desse fenômeno e que eventuais mudanças nesse fluxo ocorrem apenas com eventos microeconômicos específicos. A Novus Capital, fundada em 2018, gerencia atualmente mais de R$ 2,9 bilhões, destacando-se no mercado financeiro nacional.