A Geórgia enfrenta uma grave crise política após a eleição de Mikheil Kavelashvili, ex-jogador de futebol e agora presidente do país. Kavelashvili, de extrema direita, foi nomeado por um colégio eleitoral majoritariamente alinhado ao partido Sonho Georgiano, em uma votação marcada pelo boicote da oposição. A eleição ocorreu em um clima de tensões políticas intensas, com a atual chefe de Estado, Salomé Zurabishvili, denunciando a votação como ilegítima e afirmando que se recusará a entregar o cargo até que novas eleições legislativas sejam convocadas.
O contexto da eleição de Kavelashvili está intimamente ligado à crise política que se arrasta desde outubro de 2024, quando o partido Sonho Georgiano venceu as eleições legislativas em uma votação amplamente criticada pela oposição, que a classificou como fraudulenta. Além disso, o governo georgiano adiou, até 2028, as negociações para a adesão do país à União Europeia, agravando ainda mais as divisões internas sobre o rumo da política externa. A oposição acusa o partido no poder de adotar uma postura autoritária e de estreitar os laços com a Rússia, o que intensifica as divergências no país.
A eleição de Kavelashvili ocorre em um momento de polarização e incertezas políticas. O presidente da comissão eleitoral, Giorgi Kalandarishvili, anunciou que Kavelashvili obteve 224 votos, mas a ausência de uma candidatura da oposição, que boicotou a votação e se recusou a assumir os assentos no Parlamento, destaca a crise institucional. O novo presidente, embora com um cargo essencialmente honorário, assume em meio a um cenário de grande tensão política, com os próximos passos do país incertos.