No último sábado, 14, o general de quatro estrelas foi detido preventivamente, tornando-se o primeiro oficial de tão alta patente a ser preso no Brasil desde a redemocratização de 1945. Ele se junta a um seleto grupo da história militar brasileira, sendo comparado, de forma indireta, ao marechal Hermes da Fonseca, que foi preso em 1922 durante a República Velha, em um contexto político muito distinto. De acordo com historiadores, a prisão de Fonseca ocorreu sem os procedimentos legais formais, o que contrasta com o caso atual, no qual o general detido passou por investigações e formalizações processuais adequadas.
A prisão ocorre no âmbito de uma investigação que apura possíveis envolvimentos em um plano de golpe de Estado, com o objetivo de impedir a posse do presidente e do vice-presidente eleitos em 2022. A operação também incluiu mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares para indivíduos acusados de obstruir a apuração. A detenção do general se deu em Copacabana, no Rio de Janeiro, com apoio das Forças Armadas, e ele foi mantido sob custódia do Comando Militar do Leste, na Vila Militar, zona oeste da cidade.
Em resposta à prisão, a defesa do general afirmou que ele não tinha conhecimento sobre qualquer envolvimento em atividades golpistas ou em planos de assassinato. Até o momento, não houve pronunciamento adicional sobre o caso, e a investigação continua a ser conduzida pela Polícia Federal. Este episódio marca um momento histórico no Brasil, destacando um contraste significativo com a prisão de figuras militares no passado, quando o país ainda estava sob regimes não democráticos.