O general de brigada Márcio Andrade de Oliveira foi condenado a dois anos e quatro meses de reclusão por corrupção, após um julgamento realizado no Superior Tribunal Militar (STM) em 10 de dezembro de 2024. O caso remonta a 2008, quando Oliveira, então tenente-coronel e chefe da Clínica de Hemodinâmica do Hospital Central do Exército, teria recebido uma quantia de pelo menos R$ 290 mil em propina para direcionar licitações a uma empresa fornecedora de materiais hospitalares. O valor total dos contratos suspeitos, atualizados, chega a cerca de R$ 5 milhões.
O general, que alegou ser inocente, defendeu que parte dos pagamentos recebidos foi destinada ao patrocínio de um treinamento na Alemanha, enquanto o restante seria referente a pareceres técnicos solicitados pela empresa. A defesa do general também argumentou que os processos de licitação foram auditados e não apresentaram irregularidades. No entanto, o Ministério Público Militar, baseado em investigações da Operação Hipócrates, afirma que os pareceres técnicos emitidos por Oliveira contribuíram para a desclassificação de empresas concorrentes, com pagamento de comissão em troca.
A maioria dos ministros do STM considerou as provas apresentadas pelo Ministério Público suficientes para condenação, destacando o depósito em conta bancária do general como evidência de corrupção. O único voto pela absolvição foi do ministro José Barroso Filho, que alegou a falta de provas robustas que comprovassem que os depósitos seriam provenientes de vantagem indevida. A investigação, que envolveu interceptação de conversas telefônicas, revelou também fraudes em outros hospitais militares.