Um estudo publicado na revista *Nature Communications* aponta que o derretimento total do gelo marinho no Ártico pode ocorrer já no verão de 2027, o que é mais cedo do que se imaginava. Utilizando modelos de computador, a pesquisa estimou o primeiro dia sem gelo no Oceano Ártico, sugerindo que esse evento pode ocorrer dentro de três a quatro anos, em um cenário pessimista. Embora o aquecimento das correntes oceânicas já tenha enfraquecido o gelo, alterações climáticas como ondas de calor e tempestades agora se apresentam como os fatores mais decisivos no derretimento.
As simulações mostraram que, mesmo que as emissões de gases do efeito estufa sejam controladas, o processo de derretimento do gelo no Ártico continua acelerado. A maioria dos cenários prevê que o primeiro dia sem gelo poderia ocorrer entre 9 e 20 anos após 2023. Apesar dos modelos mais otimistas, os resultados indicam que o degelo no Ártico não só afeta a região, mas pode ter consequências globais, intensificando eventos climáticos extremos, especialmente no hemisfério norte.
A perda do gelo marinho no Ártico tem sérias implicações para o ecossistema local, que depende desse gelo para sobreviver, afetando diversas espécies, desde algas até ursos polares. Além disso, a falta de gelo contínuo aumentaria a probabilidade de mais derretimento e eventos climáticos extremos. No entanto, a pesquisa destaca que a redução das emissões de gases de efeito estufa pode ajudar a desacelerar esse processo, dando uma chance de evitar um Ártico sem gelo no futuro.