Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, terá que explicar o descumprimento da meta de inflação em 2024 logo no início de seu mandato, em 2025. No Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo BC em dezembro de 2024, foi confirmado que a meta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será superada neste ano, com uma projeção de inflação de 4,9%, acima do limite de tolerância de 4,5%. De acordo com as normas atuais, quando a meta é ultrapassada, o presidente do Banco Central precisa enviar uma carta ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CNM), que é o ministro da Fazenda, explicando os motivos do descumprimento.
Este será o último ano em que o Banco Central seguirá a regra vigente de metas de inflação, que considera o período de janeiro a dezembro. Em 2025, entrará em vigor uma nova metodologia de cálculo, que avaliará o IPCA acumulado mês a mês, exigindo novas explicações caso a meta seja ultrapassada por seis meses consecutivos. A previsão do BC é de que o índice de 12 meses permaneça acima de 5% pelo menos até junho de 2025, o que pode obrigar Galípolo a enviar uma segunda carta de explicações já no primeiro semestre do novo ano.
A necessidade de esclarecer o estouro da meta de inflação tem sido vista como uma forma de manter a transparência e o controle das expectativas econômicas. Especialistas alertam que uma comunicação fiscal clara e eficaz é essencial para garantir a confiança dos agentes econômicos, especialmente em um momento de desafios para a política monetária brasileira.