Entre janeiro e novembro de 2024, mais de 62,78 quilômetros de cabos foram furtados da Supervia, concessionária responsável pelo transporte ferroviário na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Embora esse número represente uma queda de 26,2% em comparação com o mesmo período de 2023, o furto de cabos continua a ser um problema persistente. A maior quantidade de cabos foi roubada em abril, com 7,32 quilômetros, enquanto outubro teve o menor registro, com 4,07 quilômetros. Para enfrentar esse desafio, a Supervia adotou novas medidas de segurança, como a aplicação de nanomarcadores nos cabos, que permitem a identificação dos materiais, mesmo quando os criminosos tentam destruir ou raspar os fios.
A Supervia também tem investido na ampliação do número de agentes de segurança e reforçado a parceria com a Polícia Militar e a Polícia Civil para combater o crime. De janeiro a outubro de 2024, 497 ocorrências de furtos foram registradas, resultando em 703 prisões e a apreensão de cerca de 34 toneladas de cabos. Apesar dos esforços, o furto de cabos continua a afetar a operação dos trens, resultando em atrasos e interrupções no serviço, já que o comando das viagens passa a ser feito manualmente, o que impacta a segurança e a eficiência do transporte.
A Supervia enfrenta ainda um cenário financeiro desafiador. A concessionária entrou em recuperação judicial em 2021, com prejuízos acumulados superiores a R$ 1,2 bilhão, sendo o furto de cabos um dos principais fatores para a crise. O governo estadual e a empresa firmaram um acordo no final de 2024, prevendo investimentos de R$ 450 milhões para melhorias no serviço ferroviário, com o objetivo de garantir a continuidade da operação até a realização de uma nova licitação. Esse processo de transição deve durar entre seis e nove meses e foi homologado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.