O cigarro é conhecido por seus danos à saúde, mas muitos não sabem que ele também prejudica a fertilidade, tanto de homens quanto de mulheres. Substâncias tóxicas presentes no fumo, como nicotina, alcatrão, metais pesados e monóxido de carbono, afetam diretamente os órgãos reprodutivos, interferindo na qualidade e quantidade dos gametas e nos processos hormonais responsáveis pela reprodução. Para as mulheres, o fumo pode reduzir a reserva ovariana, antecipar a menopausa e dificultar a implantação do embrião, enquanto nos homens, ele compromete a produção e mobilidade dos espermatozoides, além de danificar seu DNA.
Além desses impactos, o cigarro também aumenta o risco de infertilidade em tratamentos de fertilização in vitro (FIV). Mulheres fumantes apresentam menores taxas de sucesso nesse tipo de tratamento, necessitando de mais tentativas e doses maiores de medicamentos. O tabagismo também reduz significativamente a qualidade dos gametas, o que resulta em embriões de menor qualidade e aumenta a chance de falhas na gestação ou abortos espontâneos. A literatura científica revela que mulheres que fumam 10 cigarros por dia têm 25% a menos de fertilidade, com esse índice podendo chegar a 43% em fumantes mais intensas.
A boa notícia é que, ao parar de fumar, os danos podem começar a ser revertidos após cerca de três meses. No entanto, alguns efeitos, como a redução da reserva ovariana, são irreversíveis. Especialistas recomendam que quem deseja engravidar pare de fumar pelo menos 90 dias antes de iniciar as tentativas para melhorar as chances de sucesso na concepção. Em casos de fertilização assistida, a interrupção do tabagismo é essencial para aumentar as possibilidades de sucesso do tratamento e melhorar a qualidade do material genético envolvido.