A França está decidida a bloquear o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que foi politicamente concluído em Montevidéu, no Uruguai, durante a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul. Embora a conclusão das negociações seja considerada um alívio para os países do Mercosul, como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, a França continua resistente, principalmente por questões ambientais. Desde 2019, o país argumenta que o acordo não atende aos seus critérios de sustentabilidade, especialmente em relação ao desmatamento e à descarbonização das economias.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou que o texto atual do acordo não é aceitável, destacando as preocupações ambientais. Para a França, permitir a entrada de produtos que não cumpram rigorosos requisitos ambientais seria contraproducente para os esforços de preservação e redução de emissões de carbono. Em resposta, Ursula von der Leyen, representante da UE, afirmou que os investimentos provenientes do acordo respeitarão as normas ambientais, elogiando os esforços do Brasil para proteger a Amazônia.
Apesar do fechamento político das negociações, ainda há muitos obstáculos antes que o acordo entre em vigor. Ele precisa ser aprovado internamente por todos os países do Mercosul e, em seguida, ser ratificado pelo Conselho da União Europeia e pelo Parlamento Europeu. No Conselho, a França contará com o apoio de outros países que compartilham suas preocupações ambientais, como a Polônia, para tentar barrar a implementação do acordo. A aprovação depende de uma maioria qualificada, o que significa que a França, junto com outros países que se oponham, pode impedir o avanço do acordo, que ainda enfrenta uma jornada complexa de revisões e aprovações.