O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma cúpula do Mercosul no Uruguai com o objetivo de avançar nas negociações do acordo comercial com a União Europeia, que está em andamento há mais de 25 anos. Apesar do otimismo do governo brasileiro em fechar o tratado ainda em 2024, a França, através de seu presidente Emmanuel Macron, continua sendo uma forte oposição, especialmente devido à pressão do setor agrícola francês, que teme a concorrência de produtos do Mercosul, como a carne. Para pressionar a Comissão Europeia, a França busca formar uma “minoria qualificada” no Conselho da União Europeia, que exigiria o apoio de outros países para bloquear o acordo.
A União Europeia possui um sistema de maioria qualificada para a aprovação de acordos comerciais, onde pelo menos 55% dos países-membros (15 dos 27) e 65% da população devem concordar para que um tratado seja aprovado. A França, sozinha, não tem força suficiente para impedir o acordo, mas conta com o apoio de países como a Polônia, e busca o apoio de outras nações, como a Itália, para alcançar a minoria necessária. Além disso, o lobby agrícola francês, liderado por fazendeiros preocupados com a concorrência externa, continua sendo a principal força que sustenta a oposição ao tratado.
Apesar das dificuldades, o governo brasileiro segue otimista e acredita que o tratado pode ser assinado ainda em 2024, em um contexto geopolítico mais amplo, que inclui a possível reeleição de Donald Trump e a crescente influência da China e da Rússia. Alguns especialistas apontam que, embora a oposição francesa seja significativa, o acordo pode ser crucial para o fortalecimento das relações econômicas globais, especialmente diante de desafios externos como o protecionismo crescente de países como os Estados Unidos. O acordo, que foi assinado em 2019, pode ter efeitos econômicos positivos para o Brasil, com impacto direto no PIB e nas exportações brasileiras, e continua sendo um tema central nas relações internacionais entre os dois blocos.