A França, principal opositor do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, enfrenta desafios para bloquear o tratado, que precisa da anuência de 55% dos países do bloco e da aprovação de pelo menos quatro membros para ser impedido. Além de contar com a resistência de agricultores locais, a França tem o apoio da Áustria, Polônia e, de forma mais tímida, da Holanda. No entanto, esse grupo de opositores ainda não é suficiente para barrar o acordo, e o papel da Itália será crucial, pois seu posicionamento poderá determinar o desfecho da negociação.
O acordo, que visa criar uma das maiores áreas de livre comércio bilateral do mundo, foi finalizado com a Comissão Europeia e executivos do Mercosul, após negociações em Brasília e no Uruguai. O próximo passo envolve a revisão jurídica e a tradução do documento, seguida da aprovação no Conselho e no Parlamento Europeu. Caso avance, o tratado precisa ser ratificado pelos parlamentos dos países envolvidos para entrar em vigor. No lado europeu, há um forte interesse em avançar com o pacto, especialmente por parte da Alemanha e da Espanha, que buscam impulsionar suas economias.
Apesar das resistências, o acordo é visto como uma oportunidade econômica significativa, especialmente para a indústria europeia, que visa o mercado de consumo do Mercosul. Mesmo com a oposição de setores agrícolas, o impulso para o crescimento econômico no bloco europeu, que enfrenta dificuldades com o crescimento do PIB, pode ser um fator determinante para a aprovação do tratado. O resultado dependerá da dinâmica política interna, particularmente na França, onde questões internas podem impactar a capacidade de pressionar por mudanças no acordo.