A França prestou homenagem às vítimas do ciclone Chido, que devastou as ilhas de Mayotte, no Oceano Índico, com a declaração de um dia nacional de luto em 23 de dezembro. A tempestade, a mais intensa a atingir a região em 90 anos, causou a morte de pelo menos 35 pessoas, mas autoridades locais estimam que o número de vítimas possa ser muito maior. As bandeiras francesas foram baixadas a meio-mastro, e gestos de solidariedade também ocorreram em Bruxelas e Estrasburgo, como parte de uma expressão coletiva de luto, em especial após outros recentes ataques na Europa.
Embora as autoridades tenham enviado ajuda e água potável para a ilha, a lentidão na resposta e a escassez de recursos geraram frustração entre os moradores. Mayotte, o território ultramarino mais pobre da França, já enfrentava problemas estruturais, como a falta de água e infraestrutura básica, antes do desastre. Críticas foram levantadas, especialmente por um médico local, que apontou que o luto nacional não foi suficiente para abordar as falhas históricas no apoio à região.
O governo francês anunciou que medidas para a reconstrução de Mayotte seriam discutidas em janeiro, com um possível projeto de lei para acelerar os processos. Em meio ao desespero local, o ministro interino dos territórios ultramarinos, François-Noël Buffet, tranquilizou a população, afirmando que, embora o abastecimento de água ainda enfrente desafios, a ilha já conta com água potável, principalmente em forma de garrafas. A situação continua sendo acompanhada de perto pelas autoridades, enquanto esforços de reconstrução começam a ser planejados para lidar com as consequências do desastre.